29 de mar. de 2010

BBB e a grande hipocrisia.


Amanhã como todos sabem, é a grande final da décima edição do BBB.
O programa que mais abala o povo, com seus personagens carismáticos, homosexuais e homofóbicos.
Eu estava assistindo o epsódio de hoje 29 de março, quando os participantes tinham que falar, em 30 segundos, o porque que eles deveriam ganhar a bagatela de 1,5 milhões de reais, NENHUM me convenceu, nem mesmo o anti-herói Marcelo Dourado, que mesmo falando muita merda, é o cara mais simples e sincero de todas as edições.
Eu acho que a globo peca muito em uma coisa, o critério.
Acho que as pessoas escolhidas, nas sua maioria, são pessoas bonitas, gostosas, e que não "precisam" do prêmio, claro, todo mundo precisa de dinheiro, mais tem milhões de brasileiros que realmente precisam de dinheiro, pois não tem uma casa boa, um carro, uma qualidade de vida se é que voces me entendem.
Mais não é isso que o povo quer, o povo quer gente bunita tomando sol na piscina e falando palavrão.
Espero que nas próximas edições, apareçam pessoas pobres que realmente precisam do dinheiro, ai sim, quem sabe, a globo, e o Brasil não melhoram a própria imagem.

Banda do dia: Los hermanos

Los Hermanos é uma banda brasileira de rock alternativo formada no Rio de Janeiro em 1997, que misturava rock com elementos da música brasileira como o samba e a MPB, além de ter flertado com o Ska,e o Hardcore, o último principalmente em seu álbum de estréia. O som do grupo foi largamente influenciado pelas bandas do underground carioca dos anos 90, tais como Acabou La Tequila, Carne de Segunda e Mulheres Q Dizem Sim e pelo som da banda americana Weezer, Mr. Bungle e Squirrel Nut Zippers.

Formação:
Marcelo Camelo - Voz, Guitarra, e Baixo


Rodrigo Amarante - Voz, Guitarra, e Baixo

Rodrigo Barba - Bateria

Bruno Medina - Teclado
 
Banda de Apoio:


Gabriel Bubu - Guitarra e Baixo

Marcelo Costa - Saxofone e Clarinete

Valtecir Bubu - Trompete

Mauro Zacharias - Trombone
 
Discografia:
 
Estúdio


1999 - Los Hermanos

2001 - Bloco do Eu Sozinho

2003 - Ventura

2005 - 4

Ao vivo

2005 - Ao vivo no Cine Íris

2008 - Los Hermanos na Fundição Progresso

Coletâneas

2006 - Perfil

Não-oficiais

2001 - Bloco do Eu Sozinho, Ensaios - Pré-produção do CD homônimo

2003 - Bonança - Pré-produção do disco Ventura

Demos

01/1998 - "Amor e Folia" (contém "Descoberta", "Azedume", "Eu Te Dei", "Vai Embora" e "Barbara")

10/1998 - "Chora" (contém "Deus e o Diabo", "Tão Sozinho", "Pierrot", "Primavera" e "Quem Sabe")
 
Singles:


"Aline"

"Anna Júlia"

"Primavera"

"Quem Sabe"

"Todo Carnaval Tem seu Fim"

"Sentimental"

"Cara Estranho"

"O Vencedor"

"Último Romance"

"O Vento"

"Condicional"

"Morena"
 
Indicações e Premiações:
Grammy Latino


1999



Indicado a Melhor Álbum de Rock Brasileiro com Los Hermanos

2004



Indicado a Melhor Álbum de Rock Brasileiro com Ventura

2006



Indicado a Melhor Álbum de Pop Contemporâneo com 4

Prêmio Tim de Música Brasileira

2004



Indicado a Melhor Disco Pop/Rock com Ventura

Marcelo Camelo ainda concorria com Veja Bem Meu Bem (interpretada por Maria Rita), como melhor canção

Prêmio Multishow de Música Brasileira

2000



Vencedor do prêmio de Melhor Composição com Anna Julia

2002



Indicado ao prêmio de Melhor Disco com Bloco do Eu Sozinho

2004



Vencedor do prêmio de Melhor Grupo

Indicado para Melhor Disco com Ventura

Indicado para Melhor Canção com O Vencedor

2006



Rodrigo Amarante vence na categoria Melhor Instrumentista

Indicado para Melhor Grupo e Melhor Show

Indicado para Melhor Disco com 4

Indicado para Melhor Canção com O Vento

MTV Video Music Brasil

2000



Vencedor na categoria Artista Revelação com Anna Júlia

2001



Indicado na categoria Melhor Fotografia com o clipe Todo Carnaval tem Seu Fim

2003



Indicado nas categorias Direção de Arte, Direção, Videoclipe do Ano, Audiência e Videoclipe de Rock com Cara Estranho

2004



Site de Marcos Sketch e Ricardo Brautigam indicado na categoria Melhor Website

2005



Indicado na categoria de Melhor Vídeo de MPB com O Vento

2006



Blog Hermaniacos indicado na categoria Melhor Website

Vencedor na categoria Melhor Vídeo Clipe de MPB com Morena

2007



Indicado na categoria Melhor Show
 
Fonte: http://www2.uol.com.br/loshermanos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Los_Hermanos

Um texto para reflexão, para começar ...

Eu sei, mas não devia






Eu sei que a gente se acostuma.



Mas não devia.



A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.



A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.



A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.



A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.



A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.



A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.



Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.



A gente se acostuma para poupar a vida.



Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.







Marina Colasanti